segunda-feira, 30 de maio de 2011

Escolas inovam ao impor disciplina



Ensinar limites a crianças é mesmo um desafio. Desafio para os pais e, principalmente, para educadores que convivem com crianças de vários temperamentos em um espaço coletivo e, ao mesmo tempo, único. E é justamente aí que vem a polêmica. O que fazer com um aluno que infringe regras? Que não respeita colegas e professores e teima em ser sempre do contra?
As escolas podem adotar o chamado "Cantinho da Disciplina"? - método disseminado pela pedagoga Cris Poli, popularmente conhecida como "Super Nany".
Para os especialistas, a resposta é não. O método em questão deve restringir-se (e ainda com ressalvas), para disciplinar crianças em família, em casa.
"O que nós defendemos é o diálogo, sempre. O cantinho da disciplina na escola pode, inclusive, favorecer um outro problema, que é o bulling, já que a criança fica exposta, e isso gera constrangimento, principalmente nas séries iniciais, em que crianças gostam de se divertir com esse tipo de situação", disse a pedagoga Bernadete Holanda.
Segundo ela, existem alternativas que podem ser facilmente adotadas por escolas para disciplinar os alunos, como é o caso dos "Combinados" ou "Contratos de convivência".
"Esses métodos são simples e bastante eficazes e algumas escolas já estão utilizando em Mossoró. Consistem em combinar com os alunos as regras a serem adotadas no espaço educacional e eles assinam que estão concordando. Como os alunos participam do processo, é mais fácil a adesão", disse Bernadete.
A pedagoga destaca que a criança deve ser levada a pensar no erro, mas para isso não é necessário banquinho e muito menos ficar na frente dos outros.
"Na escola, quando uma criança erra, quando infringe uma regra, ela deve ser estimulada a pensar o que fez e entender que é errado, comprometendo-se a não fazer de novo", disse Bernadete, acrescentando que nesse processo o educador, ou seja, o professor deve ficar do lado da criança, mostrando as consequências do erro.
De acordo com a pedagoga, com esse método, além da disciplina, a criança aprende a pedir desculpa e a desculpar também.
"Quando uma criança morde a outra, ela deve ser chamada para pedir desculpa e a cuidar do machucado, colocando gelo, por exemplo, no coleguinha", exemplificou Bernadete.

MÉTODO NA PRÁTICA
O método do "Combinado" pode ser adotado desde a educação infantil e vai sofrendo pequenas alterações nos outros níveis educacionais.
"Desde que nós adotamos o método há três anos, notamos uma melhora significativa no comportamento dos alunos, e isso está atrelado à maneira lúdica de como impomos os limites", disse a educadora Lidiane Bezerra, do Instituto Maria do Carmo.
Na sala da educação infantil, os cartazes dos combinados estão expostos nas paredes da sala de aula. Nelas, figuras com as regrinhas estão coladas e assinadas pelos alunos que, apesar de terem em média dois anos, atestaram concordância, fixando suas mãozinhas pintadas nas cartolinas.
"Elas associam as figuras aos comportamentos e aí, quando eles descumprem, a gente chama e mostra que ele combinou e aceitou andar em fila, não sujar a sala, não gritar e a ser amigo dos coleguinhas", disse Roselita da Fonseca, professora do Infantil II.
Tainá, 3, entendeu muito bem o recado. No cartaz, ela mostra as limitações. "Não pode sujar, não pode bater", apontou.
Na turma do Infantil IV, que é composta de alunos de quatro anos, o método permanece, mas nesse caso as figuras, ao invés de coladas, são desenhadas pelos próprios estudantes.
"Desenhando, eles fixam melhor o que combinaram, e isso é muito importante. Da mesma forma que os alunos de dois anos, eles assinam as regras colocando seus nomes", disse a professora.
Nas séries maiores, o método do combinado não está nas paredes, mas nos cadernos dos alunos. Eles combinam e escrevem as regrinhas no primeiro dia de aula.
"Tem que falar baixo, pedir por favor e ser pontual", leu Max Cléber, 9, aluno do 5° ano, do seu caderno.
De acordo com a professora, o método é eficaz e os alunos acabam mesmo se policiando. "Apesar de as regras não estarem nas paredes como acontece nas séries iniciais, elas são sempre lembradas porque um aluno lembra o outro. Aqui não há punição, mas eles são levados a pensar sobre suas atitudes", disse Ana Bezerra.
Segundo ela, nos casos onde há três advertências é que os pais são chamados na escola.
Por Jaime

2 comentários:

  1. Olá, meu filho tem 2 anos e 3 meses e ja esta na escolinha classe maternal, a professora aplica e metodo do cantinho da disciplina, que ela chama na sala de cadeira feia! Meu filho chegou em casa reclamando que nao queria mas ir pra escola porque a tia tinha brigado com ele pra ele sentar na cadeira feia, ele chora de mais para ir a escola, conversei com a tia dele e ela falou que foi o único modo que aprendeu na faculdade, axo que foi bem fraquinha essa facul dela porque nao possui paciência para cuidar de 10 crianças, ele ja estudo a 4 meses e ainda nao acostumou diz que nao gosta da tia! ALGO TEM DE ERRADO, NÃO É! Vou denuciar na secretaria da escola e na secretaria de educação do Municipio. OPINEM TBM.

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  2. Monique, sou professor há 10 anos, e o cantinho da disciplina tem sido muito eficaz na minha escola e pode ser em outra qualquer quando bem aplicado. Este metódo ajuda a criança notar que passou do limite ou fez algo de errado, em seguida a professora pergunta o que ele fez de errado, e como magoou os envolvidos, incentivando-o a pedir desculpas. Monique tenha certeza que a professora só quer o melhor para seu filho formando num cidadão responsável, e raciocine com ele que para evitar essas consequencias é preciso ele mudar de comportamento

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