
No dia 22 de maio de 2011, Irmã Dulce foi beatificada (ou bem-aventurada) em Salvador (BA) e passou a ser reconhecida como Bem-Aventurada Dulce dos Pobres.
A celebração comoveu o país - a freira poderá tornar-se a primeira santa do Brasil - e, em especial, um religioso de Mossoró: o padre Severino Claudino, 47, vigário da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, no bairro Abolição II (zona oeste da cidade).
Ele não só conheceu, como foi pároco de Irmã Dulce, quando foi vigário da Paróquia de Nossa Senhora da Boa Viagem em Salvador.
"Eu respondia pela Paróquia de Nossa Senhora da Boa Viagem de 1989 a 1994. Tive a sorte de ser pároco de Irmã Dulce e Irmã Lindalva (assuense também beatificada)", disse o padre, que fez questão de viajar a Salvador e acompanhar de perto a cerimônia de beatificação de Irmã Dulce.
Segundo o religioso, o momento mais emocionante foi quando descobriram um quadro com a imagem da freira. "Pode parecer simples, mas eu fui às lágrimas. É incrível como convivemos com pessoas santas e não reconhecemos isso", refletiu.
A igreja onde o Pe. Severino trabalhava antes de vir para Mossoró ficava a menos de 500 metros do convento das irmãs Dulce e Lindalva.
"Irmã Dulce participava muito para as festas de Santo Antônio, do qual ela era devota, e também para as festas de Nossa Senhora da Boa Viagem. Era uma pessoa extremamente simples e caridosa, daí o destaque para as obras sociais que desenvolvia", destacou Pe. Severino.
O sacerdote explica que a beatificação é o reconhecimento da Igreja de que aquela pessoa realizou um milagre. Para tornar-se santa, é necessário mais um milagre reconhecido.
"A Igreja precisa reconhecer oficialmente mais um milagre para que ela se torne a primeira santa brasileira, mas a gente sabe que as invocações estão acontecendo", destacou o Pe. Severino, acrescentando que a beatificação de Irmã Dulce dá uma revigorada na religiosidade dos brasileiros.
A Solene Eucaristia de Beatificação foi presidida pelo enviado especial do papa Bento XVI, dom Geraldo Majella Agnelo, arcebispo emérito de Salvador. Cerca de 70 mil pessoas participaram do evento, entre 600 padres e 30 bispos.
Agora, a freira passa a chamar-se Bem Aventurada Dulce dos Pobres.
A VIDA DE FÉ E CARIDADE
Quando criança, Maria Rita, filha de Augusto Lopes Pontes, dentista e professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), costumava rezar muito e pedia sinais a Santo Antônio, pois queria saber se deveria seguir a vida religiosa.
Desde os 13 anos de idade, ela começou a ajudar mendigos, enfermos e desvalidos. Nessa mesma idade, foi recusada pelo Convento do Desterro por ser jovem demais, voltando a estudar.
Em 1932, depois de se formar, entrou na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição (SMIC), localizada em Sergipe. Após seis meses de noviciado, tomou o hábito de freira. No dia 15 de agosto de 1934, ela fez sua profissão de fé e voltou à Bahia.
Desde então, dedicou toda a sua vida à caridade. Começou sua obra ocupando um barracão abandonado para abrigar mendigos. Chegou a receber a visita do papa João Paulo II, quando este esteve no Brasil, em virtude de seu trabalho com idosos, doentes, pobres, crianças e jovens carentes.
Entre os diversos estabelecimentos que Irmã Dulce fundou estão o Hospital Santo Antônio, capaz de atender a 700 pacientes e 200 casos ambulatoriais; e o Centro Educacional Santo Antônio (CESA), instalado em Simões Filho, que abriga mais de 300 crianças de 3 a 17 anos.
Em 11 de novembro de 1990, Irmã Dulce começou a apresentar problemas respiratórios, sendo internada no Hospital Português e depois transferida à UTI do Hospital Aliança e finalmente ao Hospital Santo Antônio. Em 20 de outubro de 1991, recebeu no seu leito de enferma a visita do papa João Paulo II. O Anjo Bom da Bahia morreu em seu quarto, aos setenta e sete anos, às 16h45 do dia 13 de março de 1992, ao lado de pessoas queridas por ela. Seu corpo foi sepultado no alto do Santo Cristo, na Basílica de Nossa Senhora da Conceição da Praia, e depois transferido para a Capela do Hospital Santo Antônio, centro das Obras Assistenciais Irmã Dulce.
Mais uma beata
Um dia antes da beatificação de Irmã Dulce, Mossoró celebrou a beatificação da Irmã Maria Clara do Menino Jesus, fundadora da Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição. A ordem mantém o Colégio Sagrado Coração de Maria - o tradicional Colégio das Irmãs - e outras oito escolas do tipo no Brasil.
De Mossoró, Irmã Zelândia acompanhou uma comitiva de 30 feiras brasileiras que foram até Lisboa (Portugal), onde aconteceu a beatificação.
"Foi uma alegria muito grande para nós. Passamos a semana fazendo o tríduo festivo, distribuindo medalhinhas e falando um pouco com os nossos alunos sobre a vida da nossa irmã", comentou Maria das Dores, diretora pedagógica do colégio.
Com a beatificação, Irmã Clara passou a se chamar Irmã Clara do Menino Jesus.
Assim como Irmã Dulce, o Vaticano espera a concretização de mais um milagre para conceder a canonização para, enfim, tornar-se santa.
De Mossoró, Irmã Zelândia acompanhou uma comitiva de 30 feiras brasileiras que foram até Lisboa (Portugal), onde aconteceu a beatificação.
"Foi uma alegria muito grande para nós. Passamos a semana fazendo o tríduo festivo, distribuindo medalhinhas e falando um pouco com os nossos alunos sobre a vida da nossa irmã", comentou Maria das Dores, diretora pedagógica do colégio.
Com a beatificação, Irmã Clara passou a se chamar Irmã Clara do Menino Jesus.
Assim como Irmã Dulce, o Vaticano espera a concretização de mais um milagre para conceder a canonização para, enfim, tornar-se santa.
Por Jaime
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