Religioso mossoroense avalia que escolha de papa brasileiro é uma possibilidade concreta
Teve
início ontem, 12, o conclave que definirá o sucessor do papa Bento XVI.
Como era previsto, no primeiro dia de votação nenhum cardeal obteve
pelo menos 2/3 dos votos possíveis (77 votos), e as cédulas foram
queimadas numa estufa, produzindo fumaça preta, na Capela Sistina, no
Vaticano. Neste segundo dia de eleição, crescem as expectativas quanto à
definição do novo líder da Igreja Católica. Entre os principais nomes
apontados como o novo pontífice, está o do brasileiro dom Odilo Scherer,
arcebispo de São Paulo.
"Essa é uma possibilidade concreta. Nunca se conversou tanto sobre a
escolha de um papa brasileiro. Eu, particularmente, acredito na eleição
de dom Odilo, por uma série de motivos. O arcebispo tem 63 anos, o que
já é uma vantagem, coordena uma diocese de 11 milhões de pessoas,
comunidade essa multicultural, e é um homem muito atualizado, usuário de
redes sociais, ferramentas necessárias para a evangelização no mundo",
conta o pároco da Igreja de Nossa Senhora de Fátima, padre Severino
Claudino.
De acordo com o pároco, o fato de dom Odilo pertencer à América
Latina também contribui para que seu nome seja apontado como um dos
fortes favoritos na sucessão do papa Bento XVI. "É o continente com o
maior número de fiéis no mundo (dados do Anuário de Estatística da
Igreja revelam que do quase 1,2 bilhão de católicos, 586 milhões vivem
no continente americano, incluindo 483 milhões - 41,3% - na América
Latina). O fato é que o brasileiro representa neste momento um sinal de
mudança, esperança para todos. E não falamos em mudanças dogmáticas, e
sim no sentido de apresentação das coisas da fé. Dom Odilo tem também
essa vantagem", relata Severino Claudino.
Para o padre, a escolha de um papa brasileiro possibilitará uma
grande contribuição para a evangelização no mundo. "Será um fato novo
para o Brasil, mas se ocorrer, o papa dará uma contribuição grande na
evangelização em todo o mundo, atuando em sintonia com os problemas do
nosso povo. Dom Odilo tem essa sensibilidade", conclui o religioso.
Entenda o Conclave
O conclave é uma assembleia de cardeais, durante a qual eles se isolam do mundo exterior para evitar pressões até terem escolhido um novo papa. A palavra "conclave" vem do latim, "cum clavis", e significa precisamente "fechado à chave". Esse sistema teve início no Concílio Lyon II (1274).
O conclave é uma assembleia de cardeais, durante a qual eles se isolam do mundo exterior para evitar pressões até terem escolhido um novo papa. A palavra "conclave" vem do latim, "cum clavis", e significa precisamente "fechado à chave". Esse sistema teve início no Concílio Lyon II (1274).
Desde ontem, os 115 cardeais com menos de 80 anos dos 117 que compõem
o corpo eleitoral (um indonésio e um britânico não participaram da
escolha) estão reunidos no recinto da cidade do Vaticano, declarado zona
de Conclave.
Os cardeais serão proibidos de utilizar qualquer tipo de comunicação
com o exterior, sem telefone ou computadores. Não poderão enviar
mensagens eletrônicas ou alimentar suas contas nas redes sociais.
Para ser eleito, um cardeal precisará de uma maioria de dois terços,
ou seja, 77 votos. O voto é secreto. Os cardeais não têm direito de se
abster nem de votar em si mesmos.
Na Capela Sistina serão realizadas duas votações matutinas e duas
vespertinas. Duas vezes ao dia, uma depois de cada rodada, os papéis são
queimados. A cor da fumaça que sairá da chaminé anuncia ao mundo o
resultado: preta, se ainda não houver uma decisão, e branca, se um novo
papa tiver sido eleito.
Se depois do terceiro dia nenhum candidato alcançar o mínimo exigido,
a Constituição estabelece uma pausa de 24 horas. Se ocorrerem outras
sete votações inúteis, será feita outra pausa de um dia. O último ato do
conclave é a pergunta que três cardeais fazem ao eleito: "Aceita sua
eleição como Sumo Pontífice?". Após a resposta afirmativa, segue outra
pergunta, "Quo nomine vis vocari?" ("Como quer ser chamado?").
Em seguida, o novo papa vai à sacada da basílica de São Pedro depois
que o protodiácono, neste caso o cardeal francês Jean Louis Tauran,
anunciar aos fiéis: "Habemus papam!" (Temos um Papa) para ser
apresentado à multidão reunida na praça de São Pedro, no Vaticano.
Fonte/O Mossoroense - por Jaime
Nenhum comentário:
Postar um comentário