domingo, 22 de julho de 2012

Candidatos apreensivos com suspensão de concurso
Wilson Moreno
 
Willton Medeiros passou para assistente administrativo em Caraúbas
Bruno Soares - Da Redação
Os candidatos aprovados no concurso público da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA) estão apreensivos com a suspensão do certame. Eles temem que a tão sonhada vaga no serviço público seja perdida. Muitos já estão contando com o auxílio de advogados.
O estudante Willton Medeiros deveria ter tomado posse ontem à tarde no cargo de assistente administrativo no campus de Caraúbas. “Fiquei apreensivo, triste quando recebi a notícia pela imprensa da suspensão do concurso. Muita gente, assim como eu, já estava fazendo planos. Teve pessoas que pediram exoneração e demissão de seus empregos para assumir”, relata.
Medeiros acredita que não tenha acontecido fraudes como, por exemplo, candidatos com acesso ao caderno de provas ou gabarito. “Se houve irregularidades que punam os que estão irregulares, mas que não se prejudique quem não está envolvido. Todos que foram aprovados estão lá por mérito próprio, porque estudou muito. A anulação não seria uma coisa justa”, ressaltou o jovem que ainda não procurou nenhum advogado, mas não descarta a possibilidade.

 Advogados Abraão Diógenes e Jhéssica Luara
Além de prestar os serviços jurídicos, os advogados Abraão Diógenes e Jhéssica Luara tentam passar tranquilidade aos 15 aprovados que procuraram o escritório deles. A irmã de Jhéssica e a esposa de Abraão também foram aprovadas no certame.
“No momento da suspensão eles ficaram muito nervosos. Estamos acalmando o pessoal, passando uma segurança. Todos estão muito preocupados”, disse o advogado.
Para Abraão, as falhas apontadas pelo Ministério Público Federal não comprometem a lisura do concurso. “Não houve qualquer indício de fraude, nem favorecimento a candidatos. A aplicação das provas foi tudo normal, a divulgação do gabarito também. As falhas que aconteceram foram todas sanadas. Para anular o concurso tem que ter fraude e isso não aconteceu. As falhas não constituem motivos suficientes para pedir a anulação do concurso”, explicou.
Entre as irregularidades apontadas pelo procurador da República Fernando Rocha de Andrade está a de um candidato que revelou, através da rede social Orkut, que não tinha feito a redação e mesmo assim tinha obtido a nota 0,75 (a redação valia 1 ponto). A Comissão Permanente de Processo Seletivo (CPPS) reconheceu o erro e disse que um erro de digitação tinha atribuído os pontos ao candidato. “Esse candidato não foi aprovado no concurso e só isso já afasta a possibilidade de fraude”, argumentou Abraão.
A decisão da Justiça Federal saiu na quarta-feira, 18, e suspendeu, até segunda ordem, o concurso, nomeação e posse para o provimento de cargos técnico-administrativos. A ordem partiu do juiz Bernardo Lima Vasconcelos Carneiro, em substituição a 10ª Vara Federal.
Em caso de posição judicial favorável à continuidade da suspensão, os advogados estão preparados para entrar com recursos e tomar as medidas cabíveis. “Tudo que pôde ser resolvido administrativamente já foi. Vamos esperar a contestação da Ufersa e esperar a decisão do juiz”, acrescentou Jhéssica.
A Procuradoria Federal, órgão vinculado à Advocacia Geral da União (AGU) que vai defender a Ufersa, está analisando o processo para, posteriormente, definir a ação que será tomada, seja entrando com pedido de reconsideração do juiz ou mesmo com recurso no Tribunal Regional Federal da 5ª Região em Recife, Pernambuco.
por Jaime

Nenhum comentário:

Postar um comentário