Candidatos apreensivos com suspensão de concurso
Wilson Moreno

Willton Medeiros passou para assistente administrativo em Caraúbas
Bruno Soares - Da Redação
Os candidatos aprovados no concurso público da Universidade Federal
Rural do Semiárido (UFERSA) estão apreensivos com a suspensão do
certame. Eles temem que a tão sonhada vaga no serviço público seja
perdida. Muitos já estão contando com o auxílio de advogados.
O estudante Willton Medeiros deveria ter tomado posse ontem à tarde
no cargo de assistente administrativo no campus de Caraúbas. “Fiquei
apreensivo, triste quando recebi a notícia pela imprensa da suspensão do
concurso. Muita gente, assim como eu, já estava fazendo planos. Teve
pessoas que pediram exoneração e demissão de seus empregos para
assumir”, relata.
Medeiros acredita que não tenha acontecido fraudes como, por exemplo,
candidatos com acesso ao caderno de provas ou gabarito. “Se houve
irregularidades que punam os que estão irregulares, mas que não se
prejudique quem não está envolvido. Todos que foram aprovados estão lá
por mérito próprio, porque estudou muito. A anulação não seria uma coisa
justa”, ressaltou o jovem que ainda não procurou nenhum advogado, mas
não descarta a possibilidade.

Advogados Abraão Diógenes e Jhéssica Luara
Além de prestar os serviços jurídicos, os advogados Abraão Diógenes e
Jhéssica Luara tentam passar tranquilidade aos 15 aprovados que
procuraram o escritório deles. A irmã de Jhéssica e a esposa de Abraão
também foram aprovadas no certame.
“No momento da suspensão eles ficaram muito nervosos. Estamos
acalmando o pessoal, passando uma segurança. Todos estão muito
preocupados”, disse o advogado.
Para Abraão, as falhas apontadas pelo Ministério Público Federal não
comprometem a lisura do concurso. “Não houve qualquer indício de fraude,
nem favorecimento a candidatos. A aplicação das provas foi tudo normal,
a divulgação do gabarito também. As falhas que aconteceram foram todas
sanadas. Para anular o concurso tem que ter fraude e isso não aconteceu.
As falhas não constituem motivos suficientes para pedir a anulação do
concurso”, explicou.
Entre as irregularidades apontadas pelo procurador da República
Fernando Rocha de Andrade está a de um candidato que revelou, através da
rede social Orkut, que não tinha feito a redação e mesmo assim tinha
obtido a nota 0,75 (a redação valia 1 ponto). A Comissão Permanente de
Processo Seletivo (CPPS) reconheceu o erro e disse que um erro de
digitação tinha atribuído os pontos ao candidato. “Esse candidato não
foi aprovado no concurso e só isso já afasta a possibilidade de fraude”,
argumentou Abraão.
A decisão da Justiça Federal saiu na quarta-feira, 18, e suspendeu,
até segunda ordem, o concurso, nomeação e posse para o provimento de
cargos técnico-administrativos. A ordem partiu do juiz Bernardo Lima
Vasconcelos Carneiro, em substituição a 10ª Vara Federal.
Em caso de posição judicial favorável à continuidade da suspensão, os
advogados estão preparados para entrar com recursos e tomar as medidas
cabíveis. “Tudo que pôde ser resolvido administrativamente já foi. Vamos
esperar a contestação da Ufersa e esperar a decisão do juiz”,
acrescentou Jhéssica.
A Procuradoria Federal, órgão vinculado à Advocacia Geral da União
(AGU) que vai defender a Ufersa, está analisando o processo para,
posteriormente, definir a ação que será tomada, seja entrando com pedido
de reconsideração do juiz ou mesmo com recurso no Tribunal Regional
Federal da 5ª Região em Recife, Pernambuco.
por Jaime
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