Juros devem cair para 9% ao ano, perto do piso, no sexto corte seguido
Estimativa dos analistas é de corte de 0,75 ponto pelo Banco Central.
Próximo movimento no juro, de alta, é previsto somente para abril de 2013.
Alexandro Martello Do G1, em Brasília
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A crença do mercado em uma nova redução nos juros se deve à uma
sinalização da própria autoridade monetária. Em meados de março, o Copom
informou que atribuía "elevada probabilidade" à concretização de um
cenário que contempla a taxa de juros caindo para "patamares ligeiramente acima dos mínimos históricos, e nesses patamares se estabilizando".
A mínima histórica da taxa de juros é de 8,75% ao ano e foi registrada
entre julho de 2009 e abril de 2010, na primeira etapa da crise
financeira internacional.
Com base nesta declaração do BC, o mercado passou a acreditar que este
será o último corte deste ano e que um novo movimento na taxa básica da
economia acontecerá somente em abril de 2013 – quando a taxa subirá,
segundo os analistas, para 9,5% ao ano. Em julho do ano que vem, a taxa
avançaria para 10% ao ano, acreditam os economistas dos bancos.
Sistema de metas de inflação
Pelo sistema de metas de inflação, que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas, tendo por base o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Pelo sistema de metas de inflação, que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas, tendo por base o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Para 2012 e 2013, a meta central de inflação é de 4,5%, com um
intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para
baixo. Deste modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta
seja formalmente descumprida. O BC busca trazer a inflação para o centro
da meta de 4,5% neste ano, visto que, em 2011, a inflação ficou em 6,5%
– no teto do sistema de metas.
Para o IPCA deste ano, a previsão dos analistas dos bancos está em
5,08% e, para 2013, a previsão do mercado está em 5,50%. Já o Banco
Central estimou, no fim de março, um IPCA ao redor da meta central de inflação (4,5%) para este ano e, para 2013, acima de 5%.
Corte nos juros limitado pela poupança
Economistas avaliam que um recuo mais forte da taxa de juros, abaixo de patamares mínimos já registrados (8,75% ao ano), poderia comprometer a chamada "rolagem" da dívida pública, que é a emissão de títulos públicos pelo Tesouro Nacional para pagar os papéis que estão vencendo.
Economistas avaliam que um recuo mais forte da taxa de juros, abaixo de patamares mínimos já registrados (8,75% ao ano), poderia comprometer a chamada "rolagem" da dívida pública, que é a emissão de títulos públicos pelo Tesouro Nacional para pagar os papéis que estão vencendo.
"A conta é simples: com a Selic na faixa de 8,75%, um fundo DI com uma
taxa de administração de 1% e rendendo algo como 98% do CDI, teria uma
taxa de rendimento anualizada na faixa de 5,85% (líquida de IR, nesta
caso à alíquota de 20%). Mesmo sem considerar a TR (já com uma taxa
baixa a essa altura) o cupom fixo de 6% da caderneta de poupança (já
liquido de IR) seria superior ao rendimento do Fundo DI", informou a
Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em estudo.
Para a Febraban, não é difícil imaginar o "desequilíbrio potencial
desse cenário, que poderia levar a um fluxo significativo de recursos
para as cadernetas e ao mesmo tempo escassez de funding em outros
segmentos do mercado". "Teríamos excesso de exigibilidade, e com base em
recursos de curto prazo, de um lado e escassez em outro. Certamente um
desequilíbrio que precisa ser corrigido para viabilizar a continuidade
da queda dos juros. E quanto antes melhor”, avalia a Febraban no estudo.
por Jaime
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