Com o apoio da presidente Dilma Rousseff e do antecessor, Luiz Inácio  Lula da Silva, o ministro da Educação, Fernando Haddad, é  o pré-candidato favorito no PT à sucessão do prefeito de São Paulo,  Gilberto Kassab (PSD). Mas as dificuldades na aplicação do Enem (Exame  Nacional do Ensino Médio) e suspeitas sobre a contratação de uma empresa  de tecnologia da informação colocaram o petista na mira da oposição na  próxima semana.
  Se não responder a um convite feito pelos oposicionistas, Haddad corre  risco de ser convocado a depor na Comissão de Fiscalização e Controle da  Câmara dos Deputados. O líder do PSDB na Casa, Duarte Nogueira (SP),  disse ao UOL Notícias que um pedido de convocação será votado na próxima  quarta-feira (9) caso o ministro não responda mais uma vez ao convite.  "Não se trata de arena política. O que precisamos é cobrá-lo por seu  trabalho atual", disse o tucano.
  Nos bastidores, outros deputados acreditam que Haddad acabará convocado  a falar na Câmara se não comparecer espontaneamente. "A base governista  é muito difusa e em São Paulo há interesse do PMDB e do PSD, que já  está se aproximando do governo", disse um deles. "Ou o ministro escolhe  como vai se expor aos deputados ou os deputados vão escolher por ele.  Uns podem alegar interesse em discutir o Enem, outros podem se fazer de  bobos e deixarem a oposição convocá-lo."
  Futuros rivais
  Na eleição paulistana, o PSDB pode ter com o candidato o secretário  estadual do Meio Ambiente, Bruno Covas, neto do ex-governador Mario  Covas, morto em 2001. Haddad também pode ter como rival o deputado  federal Gabriel Chalita (PMDB) e o vice-governador Guilherme Afif (PSD).  Para ser ungido pelos petistas, ainda enfrenta a concorrência dos  deputados federais Jilmar Tatto e Carlos Zarattini e do senador Eduardo  Suplicy. 
  Os três rivais internos do ministro da Educação têm ligações próximas  com a ex-prefeita e atual senadora Marta Suplicy, que desistiu da  candidatura a pedido de Dilma e Lula, mas não anunciou apoio a Haddad  até o momento. Marta era líder nas pesquisas de intenção de voto para a  prefeitura, enquanto o provável candidato petista não superava os 3% das  intenções de voto. 
  Além dos problemas no Enem, os oposicionistas querem perguntar sobre um  suspeito contrato fechado entre o ministério e a Jeta Soluções em  Serviços em Tecnologia. Uma reportagem do "Correio Braziliense" indicou  que as partes fecharam um acerto de R$ 6,4 milhões por uma prestação de  serviços que custou três vezes menos no ano passado.
  "Queremos nos estender sobre esse assunto. Há dois meses trocamos uma  convocação por um convite, com a condição de que o ministro viesse  falar. Agora queremos tratar disso", afirmou Nogueira. A oposição tem  minoria na comissão de Fiscalização e Controle. O líder do PT, Paulo  Teixeira, aliado de Haddad, já sinalizou que mobilizará os governistas  para barrar uma eventual convocação. "Não há nenhum motivo consistente  para o ministro se apresentar à comissão", disse. 
Fonte,/Uol.com - por Jaime

 
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